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Conheça Colares e viva experiências turísticas extraterrestres

Postado em 26 de junho de 2019 por Redação em Nordeste Paraense, Regiões Paraenses, Turismo

Estudiosos diversos já elaboraram conceitos sobre o turismo. “O turismo, ou seja, viajar com o objetivo de apreciar a viagem e nenhuma outra finalidade, começou durante o período do romantismo, no final do século 18”, explica o professor Hasso Spode, diretor do Arquivo Histórico de Turismo da Universidade Técnica de Berlim, ao afirmar que esse início se deu quando poetas e artistas descobriram a beleza da natureza e começaram então a inspirar as viagens em massa.

Mas bem antes desse perídio, em uma viagem para a Itália, o historiador de arte Johann Joachim Winckelmann (1717-1768) teria relatado insistentemente como as janelas de seu coche precisavam ser cobertas para poupá-lo da “paisagem horrível”.

Acreditamos que isso não teria acontecido com esse nobre intelectual europeu se, somente si, a paisagem avistada por ele, fosse uma deslumbrante paisagem amazônica, ou melhor, uma paisagem paraense. Afinal, o Pará tem sido destino prioritário, na Amazônia, para milhares de turistas de procedência europeia, em especial de Portugal, cujos voos diretos via TAP Linhas Aéreas favorecem o deslocamento.

 

Essa busca dos europeus é principalmente pelo que o Pará tem de mais atraente, a cultura e a natureza, já que é guardião de cerca de 50% de todos os atrativos turísticos naturais da Amazônia Internacional. Mas, por aqui, além do turismo de natureza, religioso, cultural e de sol e praia também é possível viver experiências extraterrestres. É isso mesmo, neste verão amazônico nossa sugestão é que você arrume as malas e vá para um lugar paradisíaco, aqui no Pará, com belas praias e igarapés de água gelada.  Mas, que além dos mitos e lendas já conhecidos pelos paraenses, como a lenda do Boto, da Matinta Pereira, do Curupira, possa lhe oferecer experiências em meios a extraterrestres.

Esse lugar  se chama Colares, que de europeu mesmo só o nome, inspirado em uma vila homônima localizada em Portugal. Aqui, no Pará, o município recebe os turistas contando as estórias que deixaram o lugar internacionalmente conhecido como “A Cidade dos ET´s”.

OS EXTRATERRESTRES – Essa fama do município, localizado  no litoral da baía do Marajó, no  nordeste  paraense, começou na década de setenta, depois dos documentários exibidos na série Arquivos Extraterrestres, veiculada pelo The History Channel, acerca dos frequentes ataques de supostas naves e seres extraterrestres, que foram documentados pela Operação Prato. Tudo foi registrado em vídeos por oficiais da Aeronáutica em Colares e no município vizinho  de Vigia.

O objetivo da Operação Prato era investigar o aparecimento e movimentação dos chamados Objetos Voadores Não Identificados – OVNI em alguns locais do Pará, como Baia do Marajó, Baia do Sol, Rio Bituba, Ilha de Colares e municípios de Santo Antônio do Tauá, Vigia, Colares, Ananindeua, Castanhal e Belém (Ilha do Mosqueiro).

A primeira missão ocorreu entre 20 de outubro a 11 de novembro de 1977 e a segunda entre 25 de novembro e 5 de dezembro daquele ano. Esses documentos foram parcialmente revelados pela Força Aérea Brasileira. Nasceu aí a lenda brasileira do Chupa-Chupa ou Chupa-Cabra e Colares acabou se beneficiando turisticamente dos fatos.

Você encontra muitas referências sobre a história e o turismo de Colares em uma biblioteca fundada pelo membro da Academia Paraense de Letras, o escritor Agildo Monteiro Cavalcante, autor do livro Ilha de Colares na Amazônia, entre outros de cunho ufológico. O espaço nasceu na própria sala do escritor e é uma mistura de livraria e sala de estudo para os turistas, todos carinhosamente recebidos pelo escritor.

No loca, uma mesa tem em volta de si alguns personagens cativos, esculturas de ET´s estudiosos, batendo papo com o próprio criador do espaço.

CARIMBÓ, PRAIAS E IGARAPÉS – Bem, mas nem só de ET´s  é feito o turismo em Colares. O município,  que hoje tem cerca de 11 mil habitantes e 613 km²,  foi criado em 1961 e seu território é resultado de um desmembramento do município de Vigia, um dos mais antigos do Pará. Portanto, os primeiros habitantes de Colares e Vigia foram os índios Tupinambás.

A cultura tem como referência o carimbó, inspirado em danças marajoaras, vindas lá do outro lado da baía do Marajó, mas também de Vigia, Curuçá e Maracanã, nos arredores, principalmente de Marapanim, que se consagrou como a terra do carimbo, até hoje ensinado de geração para geração por grandes mestres, como Ranilson Trindade, idealizador do Festival de Carimbó de Marapanim.

O professor municipal, Jorge de Oliveira, é um incentivador da cultura local e mantém viva as tradições com atividades que envolvem crianças, jovens e adultos com músicas e danças desenvolvidas na Associação Artística Cultural Nova Harmonia, que incentiva também as bandas musicais, sete ao todo em Colares. Por sinal, Colares e Vigia já protagonizaram muitos festivais de bandas de música, valorizando um dom que já projetou renomados músicos paraenses no cenário mundial artístico e inspiraram até documentários.

O espaço Nova Harmonia vai além da música e reconta lendas e mitos de Colares, sem deixar de lado as narrativas sobre os extraterrestres e também o respeito dos moradores pelas arraias. Isso mesmo, a cidade tem sinalizações de alerta de perigo aos banhistas em toda a orla e também monumentos, danças, poesias e muitas referências a este ser da natureza, que só não representa perigo nas deliciosas receitas da culinária local.

O QUE VISITAR: Elaine Christine da Silva Gonçalves, 43 anos, psicóloga, nasceu em Icoarací, na Região Metropolitana de Belém. Mas, sendo os pais de da comunidade de Mocajatuba, cresceu em Colares ouvindo histórias e estórias sobre os ET´s.

“Minha mãe tinha muito medo e contava que a população sempre se reunia na frente das casas, batia panelas para espantar os chupa-chupa, naves e luzes.

Idosos relatam muitos fatos de pessoas queimadas pelas luzes”, Afirma a funcionária pública da UBS – Unidade Básica de Saúde de Colares, que mora há 20 anos no lugar, se casou e já se viu recontando as estórias ufológicas de Colares aos filhos, uma menina de 15 e um menino de seis anos de idade.

Para Elaine, que é ex-secretária de Saúde de Colares, a cidade oferece muita qualidade de vida e é atraente aos visitantes o ano todo. “Temos um dos maiores trapiches do Estado do Pará, com 800 metros. É uma atração turística, construído em meados dos anos 2010, de onde é possível avistar a vila de Joanes, em Salvaterra, no arquipélago do Marajó”. Relata, ao brincar que a orla reserva outras atrações, além do trapiche gigante, como a escultura de um ET surfando nas costas de uma arraia, isso na beira da praia do Rio Novo, ou Igarapé Sonrisal.

Bem, já que o assunto são as praias, a Praia do Sonrisal  ganhou esse nome por causa dos adeptos de uma boa cerveja gelada que, para curar a ressaca, mergulhavam no igarapé gelado e saíam curados, prontos pra mais um pouco. A Praia do Machadinho, Humaitá e a do Praia Ariri são totalmente desabitadas, ideais para atividades de turismo de base comunitária.

O QUE COMER: A cidade de Colares é cheia de estatuetas coloridas, arquitetura que reproduz os seres extraterrestres, algumas sinalizam a fachada dos hotéis, pousadas e restaurantes. Uma delas nos leva até o Restaurante “Operação Prato”, bem conhecido no município.  Além dos preços populares lá você encontra muitos pratos típicos, com nomes inspirados, claro nos  ET´s. O cardápio tem PF de R$ 10,00 (Dez Reais) e o que é melhor, aceita cartão de crédito.

No Restaurante do Hélio, na orla, você é muito bem atendido e isso faz dele  um dos mais procurados, na Rua do Rosário. Cada refeição custa em média R$ 15,00 a R$ 30,00 e serve bem duas pessoas.

Uma boa dica para as famílias são os balneários da Rayane, que tem até uma Pousada com o mesmo nome e o Areia Branca, que oferece banhos em igarapé, boa música e excelente gastronomia.

Neste período do ano as festas juninas animam a ilha de Colares e em fevereiro o carnaval fica por conta da Escola de Samba Unidos de Colares, muito conhecida na região do Salgado.

ONDE FICAR: Em Colares encontramos algumas pousadas confortáveis, como a Pousada e Peixaria Guarujá e a Pousada Rio Novo, no bairro Beira Mar, a Pousada Opção da Ilha, no bairro Bacuri, a Pousada Espaço, no centro da cidade e a Pousada Balneário, na Vila de Jacaré Mãe.  A Mirante do Sol é outra opção para quem quer ficar no bairro centro da cidade.

Na Rua do Rosário, à beira da praia, com excelentes acomodações e preços excelentes, você encontra ainda a Dadinda Pousada Familiar, que que aceita cartão de crédito. Os preços dessas hospedagem são a partir de R$ 80,00 (oitenta reais) e variam de acordo com a estrutura dos espaços e com a alta ou baixa temporada.

Mas, se você busca algo mais sofisticado pode se hospedar no município vizinho, Vigia de Nazaré, onde a opção é o Hotel Fazenda Santa Rosa, um pequeno resort com  boa piscina, passeios, trilhas e confortáveis apartamentos.

COMO CHEGAR:  partindo de Belém, pela BR 316, você chega até Colares, no nordeste do Pará, pela PA-140. A viagem é agradável, com paisagens belíssimas e pista bem asfaltada. Ônibus partem diariamente do Terminal Rodoviário de Belém e do Terminal de Ananindeua, onde passam também vans alternativas.

Recomendamos procurar uma agência de viagens credenciadas pela ABAV-PA, a Associação Brasileira de Agências de Viagens e um guia do Sindicato de Guias de Turismo (SINGTUR-PA).

Por: Benigna Soares – ABRAJET-PARÁ e CASA C

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