Pará discute parcerias para o desenvolvimento do turismo na Amazônia
Encontro realizado na noite de quarta (6), pela Setur, reuniu a iniciativa privada e agentes do mercado, em Belém
Por Jackie Carrera (SECOM)
O governo do Estado vem discutindo uma série de iniciativas inovadoras, com a iniciativa privada e demais agentes do mercado turístico, para alavancar o desenvolvimento sustentável do Pará. A ideia é que o Estado esteja alinhado às ações propostas pelo Plano Nacional de Turismo que, entre outros assuntos, debate aberturas de parques nacionais por meio de concessões de serviços e parcerias público-privadas.
Com esse mote, a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) promoveu, na quarta-feira (6), em Belém, uma palestra com o americano Dennis Speigel, mais conhecido como o “senhor dos parques temáticos”. O objetivo foi discutir a relevância desse produto turístico na Amazônia.
“Dennis relatou sua experiência de 50 anos em parques temáticos pelo mundo e também conversar sobre as nossas potencialidades. A Amazônia pode ser o lugar dos próximos parques temáticos”, afirmou o titular da Setur, André Dias.
No evento, Speigel, que já participou do processo de concepção de diversos espaços do tipo, apresentou um panorama global sobre o tema, revelando projeções positivas de fluxo turístico para o Brasil nos próximos anos. O americano também ressaltou que a temática ‘Amazônia’ é bastante explorada para atrair visitantes aos parques de países da Europa e Ásia. Ou seja, um mercado que a região amazônica poderia absorver caso fizesse parte dessa rota.
Segundo ele, o segmento de entretenimento turístico atrai cerca de 85 milhões de visitantes por ano, gerando um impacto econômico de 19 bilhões de dólares. “É um efeito cascata. As atrações turísticas de grande escala ou parques temáticos atraem uma grande massa de turistas, que aumenta a quantidade de pernoites em hotéis, gerando mais empregos, renda e desenvolvimento em um curto espaço de tempo”, afirmou Speigel.
Para a secretaria adjunta de Desenvolvimento, Mineração e Energia (Sedeme), Luciana Bitencourt, é de fundamental importância discutir o tema na região, haja vista que o turismo tem sido a principal mola propulsora do desenvolvimento econômico no mundo e no Brasil.
“O Estado entende que alavancar o turismo é uma iniciativa de extrema relevância por ser um braço forte do desenvolvimento econômico do Estado. Portanto, é necessário se aprofundar na discussão da criação de um parque temático na Amazônia”, disse a secretária adjunta.
Empresários, representantes de restaurantes, da rede hoteleira e de empresas de viagem estiveram presentes no evento. A ideia é que a criação de um projeto arrojado de parque temático no Pará seja discutido coletivamente, ou seja, com a participação direta de atores envolvidos em turismo no Estado.
“Temos que sonhar grande e acreditar no potencial que temos. O papel do Estado é fomentar o turismo na nossa região, criando debates como esses, construindo políticas públicas com a participação ativa de todos”, ressaltou o titular da Setur, André Dias.
Max Raymyr, representante comercial de um parque aquático que fica às margens da BR-316, em Santa Izabel, região metropolitana de Belém, foi um dos presentes e se mostrou animado com a iniciativa do governo de ampliar a discussão sobre o tema. Ele disse estar confiante que o segmento será mais valorizado no Estado.
“Achei muito interessante, uma vez que busca agregar valor ao Pará, principalmente para a área turística. Estamos há 10 anos trabalhando neste ramo e nunca tínhamos sido convidados a participar desse processo com gestões anteriores”, garantiu.
Sustentabilidade – Quem também contribuiu com o debate foi o presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), Alain Baldacci, que também é consultor em planejamento turístico. Ele ressaltou que um parque temático na Amazônia será um bom exemplo de sustentabilidade, já que o objetivo do projeto é dialogar com a preservação dos recursos naturais, valorizando a experiência do turista com mensagens educativas e ecológicas.
“O turismo é a chave para que a Amazônia se posicione como uma marca mundial muito positiva. O que o governo está fazendo, se preocupando com isso, é uma coisa de estadista, já que o parque não é para agora, é um projeto de longo prazo. É fundamental agregar tecnologia, construir projetos que possuam competitividade internacional. As futuras gerações é que irão desfrutar do que está sendo planejado hoje. Mas esse é o começo, precisa se organizar”, disse Alain Baldacci.
Para quem já atua no ramo do entretenimento, aliando lazer à experiência com a natureza, sabe que é possível fortalecer o turismo a partir da união de empreendedores desse segmento. “Essa ideia de parceria com o governo, de agregar as empresas, para fortalecer mais o setor, é muito boa. Assim, a gente consegue manter esse turista mais tempo no nosso Estado e todos ganham. Caso contrário, a gente acaba perdendo o nosso público para as atrações lá de fora”, acredita o presidente.
Fonte: Agência Pará
Fotos: Pedro Guerreiro